sábado, 23 de abril de 2011

PÁSCOA

Páscoa significa Renascimento.
Que nesta Páscoa, com o coração aberto, possamos renovar nossos afetos e recomeçar a vida na medida de nossos anseios.

Anos atrás, por ocasião da Páscoa, encontrei em um jornal de Buenos Aires,   uma poesia  do escritor argentino Mario Vecchioli (1903-1978), que me tocou muito.  Dela não constava o título e também não sei  estava transcrita de forma completa.  Ainda que tenha pesquisado a respeito, não consegui encontrá-la. Publiquei-a na Páscoa passada, tal como a tinha lido: em espanhol . A pedido de uma amiga, aqui está ela novamente, agora em português.

Saí em busca de Deus.
E foi surpresa
encontrá-lo dentro de mim mesmo,
acomodado em minhas idéias,
sereno e pensativo.


"Perdoa-me - lhe disse -
se chego tarde para estar Contigo.
Porém lá fora - sabes? -
o mundo que fizeste é um prodígio
e me seduziu com tanta maravilha.


Deus me olhou sorrindo,
desde  meus próprios pensamentos
e falou com voz tranquila:


"De que te desculpas, filho?
Eu nunca disse: esta é minha casa
e aqui virás a ver-me aos domingos.


Porque eu estou em todo tempo
e em todo lugar.
E sou a Luz, a Vida, a Alegria
que  tens visto e ouvido.


Se caminhaste neste dia
ouvindo
e vendo
e compreendendo,
eu te digo que hoje,
em verdade,
teu coração esteve falando com o meu."
  

domingo, 17 de abril de 2011

RIMAS DE SARA LUNA - II AQUELA NOITE

Aquela noite.
Foto: Jussara L.

- Não sou poeta, não escrevo poesias. E também sou incapaz de usar linguagem poética  em meus textos -  diz Sara Luna, entre um gole e outro de café. - Só faço rimas. 
- Por que não me limito à prosa?,  boa pergunta!- continua ela - Porque através dos  versos  consigo expressar-me melhor e dizer mais com  menos palavras.

- Publicar minhas rimas no teu blog? - surpreende-se Sara. - Aceito.  Só quero deixar bem claro que não tenho qualquer compromisso com a coerência. O que digo pode valer num dia e no dia seguinte não representar mais nada.
Sara Luna suspira:
- Na verdade, meus versos só relatam o momento. "Aquela noite" desapareceu no passado e a pessoa que os escreveu não existe mais.


Ah! Aquela noite
Foto: Jussara L.

    Aquela noite
    

Não temos nada em comum.

Eu sou água, tu és vento

Tu razão, eu sentimento.



Não, não temos nada em comum.

Tu inércia, eu movimento

Eu ação, tu pensamento



Não temos mesmo nada em comum.

Tu remanso, eu voragem

Tu prudência, eu coragem



Em comum não temos nada.

Tu a luz, eu a voltagem

Tu o silêncio, eu a mensagem



Ele e eu tão diferentes

Nada temos em comum.

Separados, incompletos.

Quando juntos, nos somamos

Quando juntos, somos um.