segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

LIVRO I - TREM NOTURNO PARA LISBOA


Foto: Jussara L.
      
       Algumas vezes me vem a vontade de poder viver outra vida além da minha: uma vida paralela. Existe por acaso  alguém que não tenha sentido, ao menos alguma vez, tal desejo? Não que esteja insatisfeita ou  queira trocar minha vida por outra. Na verdade, quero continuar sendo quem sou (bem, nem sempre...), permanecer com o que tenho e com o que consegui em todos os aspectos da minha vida.                
    
       Confesso, porém,  que surgem ocasiões em que desejaria sair um pouco da rotina, que amo,  experimentar  coisas novas,  transformar-me em alguém que nunca conheci e nem sei se existe.  Mas depois...voltar.
     
       Os livros - e também meus escritos - oportunizam-me essa fuga. Imersa nas histórias, penetro na pele dos personagens e parto para vivências imprevisíveis. 
      
     Em Trem noturno para Lisboa, o personagem Raimund Gregorius, professor de Línguas Clássicas, numa súbita percepção da passagem inexorável do tempo,  certo dia abandona a sala de aula e sua vida rotineira e organizada. Seduzido por um livro do português Amadeu de Prado, toma o trem noturno  para Lisboa com o objetivo de  saber mais sobre o escritor e melhor compreende-lo. Voltará?
    
       Ainda não cheguei à metade do livro, mas  já sei que vou retornar ao início para prolongar o prazer que tem me causado a leitura. Sem falar na delícia de revisitar lugares conhecidos e familiares de Lisboa, como o Bairro Alto, a Alfama, a praça do Rossio e as margens do Tejo. E ainda outros de que nunca ouvi falar, como o antigo liceu religioso onde Amadeu estudou,  na parte leste da cidade, ou Cacilhas, do outro lado do Tejo.

      As reflexões de Amadeu de Prado sobre os múltiplas experiências da vida lembram-me, de certa forma, Luiz Antônio de Assis Brasil em seu Ensaios Íntimos e Imperfeitos.

       Trem noturno para Lisboa foi escrito por Pascal Mercier, pseudônimo de Peter Bieri, nascido em 1944 em Berna, que  atualmente vive em Berlim, onde é professor de Filosofia. Traduzido para mais de quinze idiomas, vendeu  cerca de dois milhões de exemplares desde sua publicação em 2004 na Alemanha. 
     
        O título do livro acabou por transformar-se em  expressão idiomática, usada para referir alguém que pretende mudar de vida.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

CONVIVENDO COM CRIANÇAS - NA COZINHA II



     As amigas solicitaram as receitas dos pãezinhos de queijo. Portanto, aqui está ela. Mas antes quero complementar o que falei em postagem anterior - sobre a importância de conversas espontâneas com crianças - com um trecho do livro de Tania Zagury, Limites sem Traumas (Ed.BestBolso, 2 010):
      
Busque sempre oportunidades de diálogo (p. 132/33)

- sempre que puder, converse com seus filhos. De preferência quando estiverem em casa com vocês - e sem os amigos. Eles detestam que os pais se "misturem" dando uma de "coleguinhas" dos amigos. A hora do jantar, quando estiverem juntos vendo TV  ou apenas sem nada o que fazer - essas são as horas boas e descontraídas que favorecem o diálogo. Não deixe para conversar quando tiver de dar uma bronca ou colocar limites. Tudo funciona muito melhor se, a maior parte das vezes, houver um clima agradável em casa, muitas conversas acontecerem todo o tempo, seja sobre política, futebol, filmes, até fofoquinhas, e só eventualmente surgir a necessidade daqueles "papos sérios".

     Agora, vamos às receitas.
Pãezinhos de Queijo da Vovó Jussara

2 1/2 xícaras de farinha de trigo
100 grs de manteiga
100 grs de queijo parmesão ralado
1 colher de chá de açúcar
1/2 colher de chá de sal (não esqueçam que o queijo é salgado)
1 colher de sopa de fermento rápido
2 ovos
1/2 xícara de leite
1 gema para pincelar

Modo de fazer:
- Em uma tigela grande coloque todos os ingredientes secos.
- Acrescente os demais ingredientes, o leite aos poucos (talvez sobre um pouco ou talvez precise um pouco mais)
- Misture com os dedos até formar uma farofa grossa. Faça com ela uma bola.

 Bem, o ideal é deixar descansar meia hora na geladeira e, neste intervalo, deixar as crianças dar  uns pulos, tomar um suco, ir ao banheiro,etc..Caso não haja tempo...

- Forme um rolo grosso, cortando fatias de uns dois centímetros.
- Com um pincel, passe a gema sobre os pãezinhos.
- Leve ao forno, 220 graus ou médio,  por vinte minutos ou até que fiquem levemente dourados.

Nem vou dizer que devem ser comidos morninhos porque sei que ninguém vai esperar...
Bom apetite!


 
Atentem na concentração dos meus netos, fazendo pãezinhos de queijo.


Os pãezinhos estão prontos para ir ao forno.



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

FAZENDO O CAMINHO PASSO A PASSO




          Ainda sobre o tema: não sofrer por antecipação, mas sim enfrentar as dificuldades à medida que aparecem, hoje trago as sábias palavras do Dr.Victor Douglas Nuñez, advogado trabalhista muito estimado. Escrevo-as, a cada ano, na primeira página de minha agenda.
                    
          Eu, que envolvo meus pés no temor das armadilhas, quisera ter a infinita coragem  dos cegos da cidade grande, que cruzam mares de atropelo e no entanto fazem  seu caminho passo a passo.


domingo, 9 de janeiro de 2011

UM DIA DE CADA VEZ

     Duvido que exista alguém que não se preocupe com ao menos alguma coisa que possa acontecer no futuro. Ou que se arrependa de algo que fez, deixou de fazer ou poderia ter feito de forma diferente no passado. Nesta última hipótese, às vezes é possível remediar: tentemos, então. Quando não há mais o que fazer, o melhor é procurar esquecer e que os erros passados nos sirvam de lição.
    
     Algum tempo atrás, uma de minhas irmãs mostrou-me uma antiga e sábia prece americana, claro que de domínio público, que traduzo em rimas. Dedico os versinhos à minha querida amiga Aninha Maya, com muito carinho.


Um dia de cada vez

Senhor,
Ajuda-me a saber
Quem eu sou e o que devo fazer.

Mostra-me
Qual o caminho a seguir
E que trilha percorrer.

E, para meu bem, Senhor
Ajuda-me a viver
Apenas um dia de cada vez.

     Tudo a ver com as palavras da Bíblia (não sei bem onde constam) mas que todos devem conhecer e dizem mais ou menos o seguinte:  À cada dia basta sua preocupação.

     


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

CONVIVENDO COM CRIANÇAS - NA COZINHA I

Alegria na cozinha        
      
      Fico um dia por semana com meus  dois netos gêmeos de oito anos. Como o tempo é pouco, procuro realizar  com eles  atividades em que possamos interagir.     
      Duas amigas queridas sugeriram que eu colocasse no blog o que costumamos fazer.
     Bem, para começar, nada de Games, Joguinhos no Computador  etc...e só excepcionalmente algum programa ou filme na TV, que assistimos juntos.
      São eles que escolhem o que querem fazer, dentro de algumas propostas: pintar, desenhar,   artesanato -usando argila e outros materiais. Gostam muito de futebol de mesa e outros jogos dos quais nós, avós, também participamos.
      Atualmente estão interessadíssimos na cozinha. Eles mesmo é que sugerem  o que vão fazer. Nas duas  últimas ocasiões, fizemos pãezinhos de minuto e bolachinhas de Natal.
      Fazem questão de colocar os aventais e os gorros que comprei prontos em uma loja do Uruguai. Lavam muito bem as mãos, no mínimo duas vezes, porque ao se darem conta de que cheiram a sabonete lavam também com detergente. Depois, literalmente, mãos na massa.  
     Amassar, dar forma, decorar, colocar no forno, esperar assar e depois deliciar-se com o resultado é muito gratificante.
      A cozinha é um ambiente propício para conhecermos as crianças. A conversa flui, os assuntos surgem naturalmente, e ficamos sabendo sobre a escola,  amizades,  gostos e preferências mesmo sem perguntar. Contam até sobre o que aprontaram, coisas que não deviam ter feito, mau comportamento. Eles sabem que a cozinha não é local de interrogatório e de sermões. Claro que aproveito a harmonia da nossa convivência para dizer o que acho que devo e aconselhar sem recriminações.   
      Fiquei surpresa e encantada com o fato de eles pedirem para fazer pacotinhos das gostosuras para levarem  para a professora e para os  membros da família. Nada de egoismo: abrem mão de ficar com  toda a produção para compartilhar o prazer com aqueles a quem querem bem. 
      Bendita cozinha!
   
 
                                                A dança dos pequenos Chefs antes do início das
                                          atividades.                         

                                                 Levando o trabalho a sério.