quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

EN PAZ - AMADO NERVO

 Conheci esta poesia ainda adolescente. Gostei muito dela na época, e ainda gosto demais.
                                                   En Paz
Amado Nervo
(México, 1870-1919. Obras: Poemas, 1901; Serenidad, 1914; Elevación, 1916; Plenitud, 1918; La Amada Inmóvil, 1920.)

Muy cerca de mi ocaso, yo te bendigo Vida
porque nunca me diste ni esperanza fallida,
ni trabajos injustos, ni pena inmerecida.

Porque veo al final de mi rudo camino
que yo fui el arquitecto de mi propio destino;
que si extraje las mieles o la hiel de las cosas
fue porque en ellas puse hiel o mieles sabrosas:
cuando planté rosales, coseché siempre rosas.

Cierto, a mis lozanías va a seguir el invierno;
¡Más tu no me dijiste que Mayo fuese eterno!
...Hallé sin duda largas las noches de mis penas;
mas no me prometiste tú solo noches buenas;
y en cambio tuve algunas santamente serenas...

Amé, fui amado, el sol acarició mi faz.
¡Vida, nada me debes! ¡Vida, estamos en Paz!


Em Paz
Amado nervo
Tradução de Anderson Braga Horta

Perto do meu ocaso, eu te bendigo, ó Vida ,
porque nunca me deste esperança falida
nem trabalhos injustos, nem pena imerecida.

Porque vejo no fim de meu rude caminho
que fui eu o arquiteto de meu próprio destino;
que se os méis ou o fel eu extraí das coisas
foi porque nelas pus mel ou biles amargosas:
quando plantei roseiras, colhi sempre rosas.

Às minhas louçanias vai suceder o inverno;
mas tu não me disseste que maio fosse eterno!
Julguei sem fim as longas noites de minhas penas;
mas não me prometeste noites boas apenas,
e, afinal, tive algumas santamente serenas...

Amei e fui amado, o sol beijou-me a face.
Vida, nada me deves. Vida, estamos em paz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário