quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

PRÊMIO ZAFFARI - 75 ANOS

Um acontecimento agradável me surpreendeu neste fim de ano. Participei de um Concurso Cultural - Uma História Bem Familiar - promovido pela Cia. Zaffari ao comemorar seus 75 anos. Meu texto foi um dos 75 premiados com um diamante e publicado no livro editado por ela editado: "Histórias para lembrar".
O texto é curto, pois deveria ser limitado a 1 500 caracteres. Aqui está ele:a história é verdadeira e o fato realmente aconteceu:



Reencontro
Dias antes de partir para cursar a Escola Normal em outra cidade, Rosa Terezinha mostrou-me um livro que tratava da separação de duas amigas. Inseparáveis como nós, elas escreveram um poema, cortaram o papel ao meio, ficando cada uma com uma das partes. Fizemos a mesma coisa. Guardei minha metade em um envelope e colei na contracapa de meu Caderno de Recordações. Era costume termos um caderno, onde os amigos deixavam mensagens. Tempos depois, o envelope desapareceu, com certeza levado por alguém curioso.
Após a morte de minha mãe, um ano depois, nos mudamos para Porto Alegre. Com o tempo, Rosa e eu acabamos perdendo o contato.

Algum tempo atrás, eu fazia – como sempre - compras no Zaffari da Otto Niemeyer na zona sul, onde moro há pouco tempo. Escolhia os artigos para colocar no carrinho, quando ouvi alguém, atrás de mim, dizer:
- Nossas mãos estão unidas, no mais sincero querer...
Reconheci os primeiros versos da poesia recortada. Voltei-me, era Rosa! Segurou-me as mãos e prosseguiu:
-... Pensávamos viver juntas
E juntas também morrer.
Juntei-me a ela e continuamos:
- Mas uma tem que partir,
A outra tem que ficar
E nossa tristeza é tanta
Que só podemos chorar.
Vamos partir estes versos,
Na esperança de juntar
Algum dia os dois pedaços...

E assim continuamos. Nenhuma de nós duas esquecera o poema, ainda que passado tanto tempo. Ao terminar, nos abraçamos emocionadas. Finalmente havíamos conseguido – após tantos anos - juntar os dois pedaços do poema do adeus. E sempre lembrarei desse momento de alegria, cujo cenário foi o Zaffari.

Aqui o poema completo, que não coube no texto pois o número de caracteres era restrito.

Poema do Adeus
Nossas mãos estão unidas
No mais sincero querer.
Pensávamos viver juntas
E juntas também morrer.

Mas uma tem que partir,
A outra tem que ficar
E nossa tristeza é tanta
Que só podemos chorar.

Vamos partir estes versos
Na esperança de juntar
Algum dia os dois pedaços
E então alegres cantar:

“Podemos viver agora
Unidas no antigo amor
E nunca mais separar-nos
Nem sofrer tamanha dor.”

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